A alimentação é uma questão muito mais complexa do que se imagina. Além, da preocupação com a quantidade e qualidade dos nutrientes que são ingeridos, a saúde humana também depende da segurança com que os alimentos são manipulados. Afinal, quem nunca se sentiu mal em virtude da procedência de algo que comeu?
Este pequeno artigo, aborda um pouco sobre a contaminação dos alimentos e quais os seus veículos de contaminação.
Começo por explicar o que é a contaminação dos alimentos, e a contaminação dos alimentos só ocorre quando uma determinada comida contém substancias ou objetos que representam um risco para a saúde quando ingeridas.
Este tipo de problemas pode ocorrer em casa ou nos estabelecimentos, quando uma pessoa ou trabalhador não prepara ou higieniza os alimentos adequadamente antes da sua preparação, ou até mesmo durante a sua preparação, antes do consumo.
Contudo, o maior risco está presente nos estabelecimentos que não implementam o uso das boas praticas de higiene indispensáveis na cozinha para evitar a contaminação, sendo que, as refeições preparadas nos estabelecimentos são capazes de atingir um maior público do que as realizadas em casa.
Quando existe falta de cuidados, o alimento pode conter bactérias, fungos, produtos químicos, vírus, pedras, cabelos, e até acessórios. Algumas destas substâncias ou objetos podem machucar as pessoas, e na sua maioria, resulta de uma intoxicação alimentar.
E é por esta razão tão séria que é importante falar sobre os perigos e sobre a segurança alimentar.
As contaminações alimentares podem ocorrer de diferentes formas, desde produtos químicos, toxinas naturais de plantas, animais e através de agentes patogénicos. Algumas das bactérias mais comuns são a salmonela spp. e bacillus cereus.
Dentro da contaminação dos alimentos, existe três tipos de contaminação. A contaminação física, a contaminação química e a contaminação biológica. A contaminação física refere-se à presença de objetos na comida, como por exemplo, cabelos, acessórios, pedras, pedaços de verniz, entre outros. A contaminação química é caracterizada pela presença de substâncias químicas ou toxinas que determinados microrganismos podem produzir e deixar no alimento. E por fim, a contaminação biológica refere-se aos alimentos que contem microrganismos patogénicos, como animais venenosos, parasitas ou bactérias causadoras de doenças.
Cada um desses tipos de contaminação tem uma principal causa, na qual, chamamos de veículos de contaminação do alimento.
Na contaminação física, é muito possível que caía algum fio de cabelo, um pedaço de verniz das unhas ou até algum acessório/bijutaria no momento de preparo da refeição ou manipulação dos alimentos. Já no caso de contaminações biológicas ou químicas, normalmente, o alimento que estão a manipular fica exposta a agentes que não foram higienizados correctamente ou cozinhados na temperatura adequada antes de serem consumidos.
Também existe a grande possibilidade de que a refeição tenha sido preparada e armazenada incorrectamente, ou até, feita em equipamentos sem manutenção ou sem a limpeza em dia e consumidas sem considerar o prazo de validade dos produtos, fazendo com que o alimento estrague e se torne impróprio para o consumo.
Muitos são os agentes causadores de doenças de origem alimentar nos consumidores quando alguns dos procedimentos e as boas práticas de higiene não são realizados de forma adequada ou não são implementados no processo, como por exemplo o armazenamento, a higienização no pré-preparo do alimento, a distribuição e até mesmo a escolha no fornecedor.
Actualmente, existem mais de 200 tipos de doenças transmitidas por alimentos e a sua maioria está ligada a bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Outros casos são envenenamento causado por toxinas naturais como algumas algas e alguns peixes.
E como podemos fazer para evitar ou prevenir as contaminações dos alimentos?
Existem algumas práticas indicadas dentro da cozinha para garantir refeições livres de contaminação e seguras para a ingestão, assim como, para os estabelecimentos que vendem e manipulam alimentos, também existe praticas e regras de segurança a serem implementadas, como o sistema de HACCP, as leis e regulamentos para assegurar a saúde no consumo dos alimentos.
Existe, ainda, outros cuidados que devemos ter atenção, seja em casa ou nos estabelecimentos, como por exemplo:
- Armazenar alimentos em recipientes fechados e separados, de forma que a carne crua jamais entre em contato com outros mantimentos prontos;
- Realizar a limpeza de sua caixa de água regularmente, para garantir a qualidade da água que chega às torneiras;
- Higienizar vegetais e frutas antes do seu preparo;
- Separar uma faca e uma tábua para cada tipo de alimento, sem esquecer de higienizá-los bem antes de começar a cozinhar;
- Evitar o consumo de refeições cruas ou mal cozidas, principalmente aquelas que contêm carne ou derivados;
- Lavar as mãos e pulsos antes do preparo de qualquer refeição;
- Manter os cabelos sempre presos e a barba aparada na hora de cozinhar;
- Manter a boa higienização das mãos, as unhas curtas e sem vernizes;
- Não utilizar água ou alimentos de procedência duvidosa ou desconhecida.
- Na hora de fazer compras, recuse as embalagens sem etiquetas que identifiquem os produtores e não se esqueça de verifcar o prazo de validade de cada alimento;
- Não manipular dinheiro e comida juntos;
- Não fumar no local de trabalho ou nas cozinhas;
- Cozinhar bem os alimentos e nas temperaturas adequadas.
Agora que chegamos ao final deste artigo, podemos verificar que a contaminação de alimentos e os seus veículos é um problema sério, que pode ter consequências que vão muito além de prejuízos à saúde. No entanto, é possível evitar esses transtornos adotando um pouco mais de precaução e boas práticas de higiene no dia a dia das nossas casas e estabelecimentos. Basta seguir as orientações e sempre buscar se atualizar sobre a segurança alimentar.
Muitas questões referentes à segurança alimentar e à contaminação de alimentos não são abordadas e aprendidas nas escolas e no nosso dia a dia. Visto isso, é importante falar sobre estes temas e informar sobre os cuidados a ter no preparo de alimentos e, por consequência, melhora a qualidade de vida e bem-estar da população em geral.